O dia iniciou com um passeio lindo ao Cristo Rei. O ponto turístico mais famoso de Dili. Depois de subir uma extensa escadaria e chegar ao ponto mais alto do morro pudemos apreciar uma vista maravilhosa das praias Timorenses.
Descemos e seguimos para a Praia Areia Branca, para um pequeno lanche, beber água de coco e treinar alguns movimentos acrobáticos com as crianças e jovens que nos acompanharam. Um breve repouso em meio a tantas atividades.
Após a recepção dos dois (02) últimos integrantes da equipe, Noko e Kamikaze, almoçamos no MAC, comidinha caseira do Zumbi, sempre muito bem feita. Com a equipe completa iniciamos uma aula de capoeira aberta a todos presentes e aos que foram se juntando a nós. Mais de cem (100) pessoas treinando e compartilhando a energia da capoeira!
A roda começou como toda a roda por aqui. Muita gente prestigiando, muitos alunos participando, mas também muitos curiosos que ouviam pela primeira vez o berimbau e a música da capoeira. Seguiu por aproximadamente uma (01) hora, e em alguns momentos o Cacá aproveitou para prestar pequenas homenagens aos líderes, convidados e as meninas capoeiristas!
A roda terminou em alto astral, mas a capoeira não... Enquanto os jovens desfaziam a formação da roda e se organizavam inocentemente para formar um corredor de saltos e movimentos acrobáticos, uma estranha movimentação ocorria ao redor do local. A combinação explosiva de álcool com a rebeldia de jovens influenciados pelo lado negativo das outras artes marciais, que por aqui pregam a violência como forma de protestar e estimular a desordem, nos deixou em uma situação de risco e conflito.
Dois grupos rivais começaram a se aproximar de onde estavámos e o ambiente começou a ficar pesado. Um jovem ferido veio pedir ajuda a nós. Isso fez com que os agressores do jovem, armados de barras de ferro, pedras e outras armas brancas, começassem a nos cercar tentando nos intimidar e chegar às vias de fato. Tomamos frente à situação e duas coisas eram nossa prioridade naquele momento: não reagir para aceitar um confronto fisico, uma vez que não queremos a imagem da capoeira ligada à arte marcial e defender as crianças e meninas que ali estavam.
Em meio a pedradas nos agrupamos e escoltamos as crianças e mulheres até o caminhão do MAC para que deixassem imediatamente o local. Nós e os jovens permanecemos por lá e recebemos o auxílio da segurança do palácio e alguns polícias que chegaram para a ocorrência e nos deram suporte até que o caminhão voltasse para nos resgatar.
Nossa, que susto!!! Isso aí, capoeira não é violência!
ResponderExcluirbjos Karen
Guerreiros, todos os posts tem mostrado que cada momento vivenciado aí por vcs é sempre muito intenso e positivo. Essa situação de conflito relatada, porém, pareceu ser o extremo da intensidade, infelizmente dessa vez pelo lado negativo... Fica a experiência, o aprendizado de toda a equipe, mas sobretudo a lição transmitida... A Capoeira com certeza foi exemplo... Os jovens que lideram o MAC/Zungu aí no Timor hão de assimilar a mensagem da não violência e continuar transmitindo-a para os mais jovens mesmo após a partida de vcs...
ResponderExcluirO nome do projeto é “Brasil Vista”, mas mostrou carregar fortes elementos de seu predecessor “Capoeira lutando pela paz”!